Carta ao diário

Olá diário,
e eventual leitor que o-tenha furtado do fundo de minha gaveta para fuxicar no meu dia-a-dia. Vocês são muito bem vindos! (mas não espalhem poraí o que vocês vão ver aqui) Afinal, aqui estarão documentadas as minhas atividades neste novo mundo por mim ainda não conhecido. Minhas impressões, pensamentos, dúvidas, medos e receios. Espero também, para a felicidade do leitor astuto que obteve acesso ao meu diário pessoal e para a minha própria, que aqui estejam também minhas conquistas. Minhas realizações e alegrias. Mas não sabemos disso ainda não é? Já que esta experiência ainda está por começar. Então seja bem vindo, aproveite! E para que o aproveitamento seja em sua completa magnificênciassíssima magnitude: alerto-o para a cronologia dos relatos. (Apesar de que ler uma história de trás para frente as vezes pode ser divertidamente produtivo)


Seu professor calouro anônimo,
Andre Bruinje


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

19 de Novembro de 2010: Quatro em duas! Aulas 8 e 9 (com a 10 e a 11 de gaiatas)

19 de Novembro de 2010, Colégio Estadual Maria Aguiar Teixeira.

Fomos hoje ao colégio repor a aula que teríamos que ter dado na última terça-feira. Chegando lá, encontramos com a professora Adriane que nos informou que teríamos duas aulas, pois elas eram germinadas e tinham sido ofertadas por outro professor do colégio.

Como havíamos chegado mais cedo, fomos aos laboratórios para ver se havia disponibilidade de usarmos algum laboratório de informática. Lá encontramos com outra professora do colégio que informou que os laboratórios de informática eram usados na sexta-feira. Desta forma, a Carolina, que havia preparado apenas uma aula para informática ficou sem alternativas. Não havíamos levado material de prática, eu estava com material de multimídia. Conversamos com a professora Adriane e ela concordou que fizéssemos uma aula conjunta, o que foi bastante interessante.

Começamos a aula um pouco envergonhados, pelo menos eu. Não conhecia os alunos da Carol, nem como respondiam, nem como participavam. E confesso que acho que nossas características como professor são um pouco diferentes. A Carolina é a professora querida, que conversa com os alunos, que se precisa de participação convence-os de fazê-lo, e que ganha beijinhos das alunas de “tchau” e um “boa semana professora!”. Eu já sou um pouco mais elétrico, sempre tento interagir com os alunos, mas tenho a impressão que a distância parece um pouco maior. Fico um pouco apreensivo por eu ter cara de novo e os alunos não levarem a sério como professor. Além do fato de ter bastante alunas, motivo pelo qual eu mantenho mais distância ainda. Talvez quando eu for grisalho seja mais fácil.. Junto com isso, se eu preciso de participação e atenção eu peço, mas não espero muito a boa vontade deles. Acho que sou um pouco mais exigente nesse sentido.

Fizemos uma aula bastante participativa. Pelo menos tentamos. Consciente de que teria que fazer esta aula valer por duas devido ao “delay-class” que tivemos semana passada, preparei bastante vídeos e imagens, assim como uma lousa que já havia planejado. O que eu não queria era sair desta aula sem ter concluído estes assuntos: Estrutura do DNA, duplicação, transcrição e tradução. Junto com isso, que eles tivessem capacidade de entender e articular a respeito das moléculas de RNA mensageiro, RNA de transferência, RNA ribossômico e da DNA e RNA polimerase. Sabia que eram muitos termos diferentes e novos para eles, realmente não me importo de esquecerem ou confundirem os nomes, mas acho essencial eles entenderem os processos e suas importâncias.

A aula foi bastante corrida, e densa. Já no final da primeira aula ficou nítido que os alunos estavam cansados. Não foi fácil para eles, nem light. Mas são conteúdos muito importantes, tanto para seu conhecimento básico de genética, quanto para seu dia-a-dia. É um tema muito recorrente nos meios de comunicação, e muita besteira é vinculada poraí. Até em revistas de grande circulação como a VEJA, portanto dei bastante ênfase e insisti bastante na participação e na repetição. Mas sem fazer o uso de mnemônicas! E sim pedindo para me explicarem com suas próprias palavras. Utilizei alguns esquemas e desenhos no quadro (que me surpreendi por sinal. Não sabia que eu sabia fazer um quadro minimamente decente!)

A Carolina participou bastante da aula também. Com bastantes questionamentos inclusive. Foi bom pois em partes que eu passava despercebido sem dar a devida explicação ela encenava uma aluna perguntando, de forma que me forçava a responder em uma linguagem mais simples. Pequei um pouco com relação a ter dois professores em sala, falei um pouco mais do que deveria, acho que acabei tomando a frente da turma sem querer. Talvez eu tenha falado uns 10% a mais que a Carol. Mas acho que foi por minha falta de paciência.. Estou trabalhando nisso!

Saí da aula satisfeito pelo conteúdo, mas um pouco frustrado pois a aula não pareceu agradável. São conceitos um pouco complexos e bastante imaginativos do ponto de vista do aluno de ensino médio. Mas fiquei feliz pois a professora Adriane, que estava acompanhando a aula, veio ao final comentar que a aula estava muito bem preparada. Isto deu um ânimo.

Conseguimos fazer sobrar 10 minutos de aula, que foi suficiente para contextualizar os conteúdos com temas de interesse dos alunos, utilizei para falar um pouco de câncer, substâncias cancerígenas, mutação, vício e, levado pela curiosidade da turma, maconha.

Quatro aulas em duas, acredito que semana que vem teremos que fazer uma retomada para garantir e suprir algumas dúvidas.

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