Carta ao diário

Olá diário,
e eventual leitor que o-tenha furtado do fundo de minha gaveta para fuxicar no meu dia-a-dia. Vocês são muito bem vindos! (mas não espalhem poraí o que vocês vão ver aqui) Afinal, aqui estarão documentadas as minhas atividades neste novo mundo por mim ainda não conhecido. Minhas impressões, pensamentos, dúvidas, medos e receios. Espero também, para a felicidade do leitor astuto que obteve acesso ao meu diário pessoal e para a minha própria, que aqui estejam também minhas conquistas. Minhas realizações e alegrias. Mas não sabemos disso ainda não é? Já que esta experiência ainda está por começar. Então seja bem vindo, aproveite! E para que o aproveitamento seja em sua completa magnificênciassíssima magnitude: alerto-o para a cronologia dos relatos. (Apesar de que ler uma história de trás para frente as vezes pode ser divertidamente produtivo)


Seu professor calouro anônimo,
Andre Bruinje


terça-feira, 9 de novembro de 2010

9 de Novembro de 2010: Prevendo a necessidade de uma recapeação..

9 de Novembro de 2010, Colégio Estadual Maria Aguiar Teixeira.

A grade horária do colégio não mudou mais, ainda estamos com a última aula de terça feira (e por conta disso continuamos com as mesmas dificuldades).

Hoje modificamos um pouco. Desde minha primeira e última aula em laboratório de informática, onde ocorreram todos os problemas que já desabafei aqui, vinha evitando o uso dos PCs com os alunos. Não sei se por trauma ou comodidade. Acostumei-me com nosso estilo de aula dialogada, e considero que está sendo produtivo. Mas mesmo assim fiquei a semana inteira pensando em dois comentários que os alunos fizeram aula passada. “Professor, agente sempre vai ter aula aqui na sala?”, “Por que só os alunos da Carol vão ao laboratório de informática?”. Então resolvi arriscar, ou melhor, investir. Se não for produtivo, eu mudo. Se for produtivo, maravilha.

Cheguei um pouco antes para garantir que não ocorresse o mesmo problema dos computadores, fui ao lab e a dupla da Camila e Samuel estava em aula ainda com sua turma. Pedi à Camila que deixasse os PCs ligados, pois iria utilizar, e pedi à Carolina que mandasse os alunos ao laboratório.

Eles chegaram e os professores anteriores ainda não haviam saído da sala. Levou uns 5 minutos para vagarem as carteiras e percebi que o laboratório, mesmo sem alunos, ainda estava ocupado.

Os professores anteriores estavam salvando as atividades que fizeram com os alunos, coisa que estava demorando bastante por computador. Na sala ainda estava a mestranda Tânia, que faz as observações da minha aula, a professora Adriane, mais duas professoras ou funcionárias utilizando os computadores e, 10 minutos depois mais outra professora entrou.

Não havia utilizado ESTE laboratório ainda e me dei conta de que ele é como se fosse a LanHouse do colégio. Todos os funcionários que precisam acessar a internet no colégio vão ali. Pedi a todos os presentes que saíssem dos computadores das filas do meio, onde eu gostaria que meus alunos sentassem de modo a não ficarem de costas para mim nem para o quadro. Fiquei bastante irritado pois o Samuel, estagiário da turma anterior, respondeu “Só um pouquinho, já vou” sendo que os lugares estavam contados e eu tive um aluno que ficou mais 10 minutos esperando ele terminar para tomar lugar no PC.

Nesta aula levei um questionário/roteiro e entreguei aos alunos, com perguntas, atividades e dicas de endereços eletrônicos para visitarem. Mas, mais uma vez repito, como minhas aulas eu baseio em questionamentos e perguntas, o desempenho da aula depende da participação dos alunos, o que já é sabia é muito afetado quando existem mais pessoas na sala. No caso: A professora Adriane, a mestranda Tânia, as duas professoras funcionárias que estão batendo papo, a outra professora que esta vendo seus emails e os dois estagiários assistindo minha aula. Epa! Que estão fazendo aqui assistindo minha aula? Achava que estavam finalizando a atividade que tinham feito na aula anterior! Respirei um pouco, perguntei se já haviam acabado o que estavam fazendo, eles responderam sorrindo que “Já!”. Então perguntei se estavam assistindo minha aula, responderam “estamos sim!”. Ah, é? Pedí então que se retirassem. Pois ali eles estavam atrapalhando os alunos (que realmente não respondiam uma pergunta sequer que eu fazia). Meio de mau grado, metade dos “ouvintes” saiu. Uns quatro ainda continuaram ali.

E dessa forma foi bastante difícil dar conta do conteúdo (que não deu!) Além do tempo perdido no inicio, junto com o tempo perdido por timidez dos alunos, não consegui completar metade das atividades que tinha proposto no planejamento. O que foi péssimo. Estou preocupado com a formação dos alunos, esta já é a segunda aula que tem seu conteúdo atrasado e que precisarei retomar na próxima.

Teremos que programar uma aula densa mais pra frente para tapar um pouco os buracos..

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